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Qualcomm e Embrapa querem democratizar uso de drones por pequenos produtores

Objetivo é desenvolver tecnologias que possam ajudam no plantio, aumentando eficácia na área agricultável

Qualcomm e Embrapa querem democratizar uso de drones por pequenos produtores

Qualcomm e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciaram nesta quinta-feira (30/6) parceria para uso de drones por pequenos produtores.

"O drone hoje é inacessível e, continuaria assim em futuro próximo se não desenvolvêssemos soluções para eles, porque o custo do equipamento em si e de processamento de dados é alto", comenta Rafael Steinhauser, vice-presidente sênior e presidente da Qualcomm para América Latina.

O nome do projeto fala por si só: Programa de Desenvolvimento de Tecnologias para Uso de Drones em Agricultura de Precisão e a ideia, de acordo com Lúcio André de Castro Jorge, pesquisador e articulador de cooperação internacional da Embrapa, é desenvolver tecnologias robustas, que permitam monitoramento de plantios de modo que o agricultor possa identificar com precisão áreas que estão com falhas ou que precisam de atenção especial para produzir mais.

"Hoje, o produtor sobe na caminhonete para olhar e saber como a lavoura está indo. Imagine, então, poder dar asas para que ele vislumbre muito mais informações", aponta. O executivo ressalta que o trabalho consistirá no desenvolvimento de softwares e ferramentas para atuação de forma efetiva para a tomada de decisão. "Pense no uso do drone, por exemplo, para liberar pequenas vespas para controle de pragas", exemplifica. Também será possível evitar uso demasiado de defensivos agrícolas, excesso de fertilização, além de possibilitar irrigação de campos secos.

Ladislau Martin Neto, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa, explica que a agricultura no País é de extrema importância, respondendo por 1,8% do PIB, sendo 80% da produção nacional consumida pela própria população brasileira. "Em dez anos, a estimativa é de que o Brasil se torne o maior exportador do mundo", comenta. Para ele, o solo é fundamental para uma boa safra, mas a tecnologia contribui com 70% do sucesso do agronegócio. "Drones vêm para auxiliar sobremaneira a agenda [da Embrapa]".

Com a parceria, o foco também é entregar toda essa tecnologia de forma embarcada e acessível ao produtor. "Queremos democratizar o uso de drones, para que sejam acessíveis tanto do ponto de vista tecnológico quanto financeiro ", sintetiza Oren Pinsky, diretor da Qualcomm América Latina.

O executivo compara a iniciativa com a própria história do smartphone - área na qual a empresa atua largamente com sua especialidade em semicondutores e tecnologia celular. Antes, o celular era caro, a bateria enorme e só servia para fazer telefonema. Agora, é algo que todo mundo pode comprar. "Queremos algo parecido [para drones]", pontua.

De acordo com Steinhauser, a ideia é trabalhar para que todas as tecnologias desenvolvidas possam estar atreladas à nuvem e evoluir o trabalho constantemente. "Nossa vocação é de provocar o mundo com inovação e tecnologia para o bem da humanidade", disse. A empresa trabalha por meio da iniciativa Wireless Reach.

A parceria conta ainda com a expertise da Instituto de Socioeconomia Solidária (Ises), plataforma de negócios sociais que conta com infraestrutura multidisciplinar para construção e fortalecimento de iniciativas que possibilitem a geração de renda e desenvolvimento local de populações de baixa renda, como explicou Marcela Bacchin Cardo, sócia-diretora do Ises. 

O papel da instituição é especialmente fundamental na integração da nova tecnologia, para que cheguem ao público-alvo que são produtores de agricultura familiar. "Essa parceria é uma grande oportunidade para entender os desafios da agricultura e adequar a tecnologia implementada à lógica do agricultor familiar. Dessa forma, podemos buscar manter o homem do campo no campo, gerando melhor qualidade de vida para ele e diminuindo esses diferentes mundos nos quais vivemos", afirma.

O programa também conta com atuação da TIM, que é responsável pelo fornecimento de tecnologia 4G para possibilitar a conectividade dos drones, necessário para todo o procedimento.

Possibilidades
Os sistemas de bordo desenvolvidos para os drones combinarão a expertise da Embrapa em agricultura e algoritmos de processamento de imagem com a plataforma Snapdragon Flight da Qualcomm, bem como avançadas tecnologias móveis. O objetivo é coletar, processar, analisar e transmitir informações das lavouras em tempo real.

O projeto, até o momento, está dividido em três fases: essa primeira, pra desenvolver a prova de conceito, que deve ser apresentada em maio de 2017. Em seguida, após dois anos, a ideia é testar com um grupo selecionado de produtores e, com o feedback, entrar na última fase de liberação comercial. 

Castro Jorge, da Embrapa, aponta que os primeiros algoritmos otimizados para o processo devem ser específicos para plantio de milho e soja, mas a intenção é ampliar as possibilidades para todo tipo de plantação.

Com o conceito desenvolvido até o momento, é possível mapear todos os hectares de uma fazenda, por exemplo, a fim de identificar com precisão áreas afetadas por intempéries, como pragas, escassez hídrica, déficit de nutrientes e danos ambientais.

O equipamento recebe configuração para a área a ser fotografada e, quando acionado, passeia pelos campos, capturando fotos e armazenando imagens que, posteriormente, serão unidas por meio de uma técnica chamada de aerofotogrametria, por meio da qual é possível transformar pequenos pedaços de hectare em uma imagem única da área de plantio.

Em solo, dados coletados são transferidos para uma máquina, que processa informações para que possam ser lidas por um especialista que, combinados com dados de inteligência, afirma o que tem naquele solo falho. "No futuro, a ideia é que o drone chegue ao chão já com as informações processadas", afirma Castro Jorge, complementando que os planos também englobam desenvolvimento de interface web para que o agricultor possa receber facilmente a leitura e análise dos dados, contratando toda a tecnologia como serviço.

No futuro, todas as soluções - drone, softwares - poderão fazer parte de um mesmo pacote, que custe em torno de R$ 5 mil.

Regulamentação
No Brasil, a agência reguladora do espaço aéreo Anac, ainda não permite o uso de drones completamente autônomos. Isso pode ser um desafio, mas para Pinsky, os primeiros passos estão sendo dados. "Ainda há muito a ser feito", aponta.

Ele ressalta que, apesar das regras nebulosas, o País é menos rígido em alguns aspectos se comparado aos Estados Unidos, por exemplo. E esse foi um dos motivos de a iniciativa ter começado no Brasil e não no exterior. "A parceria é como um namoro, se der certo, casamos", brinca o executivo. Ou seja, se der bons frutos pode ser até que a iniciativa seja levada de modelo para outros locais.





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