Latin American Utility Week, que se encerra hoje, mostra como as concessionárias podem usar a tecnologia para reduzir prejuízos.
A sofisticação em tecnologia melhorou a vida das concessionárias de energia, mas também trouxe o outro lado da moeda. Somente uma concessionária do Mato Grosso do Sul sofreu prejuízos de R$ 87 milhões diretos e outros R$ 32 milhões na arrecadação de impostos. A origem? Fraudes em medidores eletrônicos de energia elétrica.
O ataque ao problema envolve várias frentes, a começar pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que desenvolve requisitos de segurança para avaliação de modelo de medidores de energia elétrica. É o caso do Regulamento Técnico Metrológico (RTM), aprovado pela Portaria Inmetro 586/2012.
Além dos requisitos já estabelecidos, o RTM também permite que o software não seja atualizado sem a prévia aprovação do Inmetro como uma maneira de garantir a idoneidade de uma nova versão. “Cabe destacar que a aplicação destes mesmos requisitos vem sendo discutida com os fabricantes de medidores de água (hidrômetros) e de gás”, explica o pesquisador-tecnologista em Metrologia e Qualidade do Inmetro, Marcos Trevisan Vasconcellos, palestrante do Latin American Utility Week 2015.
Atualmente, o Inmetro está desenvolvendo pesquisas relacionadas à análise de código, proteção de software, algoritmos criptográficos e protocolos de segurança, sempre com foco na aplicação em medidores inteligentes e outros dispositivos dotados de software embarcado.
Além do instituto, vários players do mercado estão avançando com soluções anti-fraude. O evento destaca as iniciativas da Elster, especializada na fabricação e comercialização de soluções em medição de energia elétrica.
Uma delas é o sistema de medição centralizada Garnet, uma solução AMI (Advanced Metering Infrastructure) que permite à distribuidora acessar remotamente o ponto medido para desligá-lo ou religá-lo. De acordo com a companhia, a redução dos custos operacionais e a eliminação das fraudes diminuiriam as perdas não técnicas em até 90%.