Provedores de serviços contarão com quantidade limitada de endereços que poderão receber a cada seis meses, segundo executivo da Pintpoint.
O IPv4 acaba de atingir o limite máximo previsto de quatro bilhões de endereços de IP (Internet Protocol) e ingressa numa fase de esgotamento, segundo informações da Latin America And Caribbean Network Information (LACNIC). A partir de agora, a alocação de endereços IPv4 passa por regras extremamente restritivas, limitando a quantidade de endereços que cada provedor de Internet poderá receber a cada seis meses.
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"Essa fase impactará diretamente os grandes provedores de Internet da região, incluindo o Brasil, que precisam alocar endereços IPv4 para seus assinantes. Além disso, trata-se de uma alteração significativa e que ocorreu de forma repentina", explica o Chief Security Officer da Pinpoint, Ricardo Pierini.
De acordo com o executivo, a principal preocupação agora é o incentivo da adoção do IPv6, seu sucessor. A grande diferença entre o IPv4 e o novo recurso IPv6 é o número de endereços únicos que cada protocolo pode fornecer. O IPv4 é formado por endereços de 32 bits ou 4.294.967.296 possíveis endereços únicos. Já o IPv6 é formado por endereços de 128 bits, o que possibilita alocar até 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 endereços únicos.
"O IPv6 é a única forma consistente da internet continuar crescendo e atendendo às demandas de seus usuários. Além disso, para que o IPv6 funcione, os provedores de internet e provedores de conteúdo precisam adequar suas redes, equipamentos, tecnologias e processos, fazendo com que o IPv4 e o IPv6 convivam, harmoniosamente, por um tempo juntos e até que todos os dispositivos e aplicações conectadas à internet suportem o novo protocolo", detalha Pierini.
De acordo com o especialista, essa contratação implica diretamente em investimento de recursos (CAPEX e OPEX -Capital e Operational Expenditure, respectivamente-) e tempo para adequação dos seus ambiente de redes e sistemas. "Imagina o esforço necessário para uma grande operadora de telecomunicações fazer uma alteração grande como essa em tão pouco tempo, à medida em que precisa continuar suportando seus milhões de usuários, várias tecnologias e muitas pessoas trabalhando em conjunto. Com certeza, será um processo longo e trabalhoso", alerta o CSO.
A implementação do novo protocolo IPV6 é, a partir de agora, uma das principais preocupações das empresas brasileiras. "Infelizmente não é possível marcar um dia para fazer a mudança, que depende de um esforço global, onde todas as partes: provedores de Internet, provedores de conteúdo, fabricantes de equipamentos e softwares e até mesmo os usuários finais precisarão se adaptar à nova realidade", complementa Pierini.