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Consertando Windows 8: a raiz do problema

Porque usar Windows acabou sendo uma tarefa complicada para todo o mundo...

crédito: B. Piropohttp://itweb.com.br/Interface Moderna - Tela Iniciar

Como vimos na coluna anterior, Windows 8.1 oferece ao usuário duas diferentes interfaces, a Moderna, concebida e otimizada para telas sensíveis ao toque, e a Área de Trabalho, mais fácil de ser usada em sistemas com teclado e mause. Nelas, rodam três tipos de aplicativos: os clássicos, usados nas versões anteriores de Windows e que rodam na Área de Trabalho, os modernos, obtidos na Loja Windows ou incluídos na instalação do sistema e que rodam na interface Moderna e os híbridos, que aparentemente rodam em ambas as interfaces mas que na verdade são dois diferentes aplicativos com as mesmas funções, cada um desenvolvido para rodar em uma interface (o melhor exemplo talvez seja o Skype, como veremos adiante).

Figura 01

Figura 1: Inter-relação entre aplicativos e Sistema Operacional – Atual

Tudo isto fica mais claro quando apresentado sob a forma de diagrama, como o exibido na Figura 1 (adaptada do artigo de Jay Machalany citado nas colunas anteriores).

Do lado esquerdo se vê, na parte superior, os diferentes tipos de aplicativos e, na parte inferior, as duas interfaces. As linhas verdes mostram onde cada tipo de aplicativo é aberto. Como se vê, os aplicativos clássicos são abertos na Área de Trabalho, assim como as instâncias dos aplicativos híbridos desenvolvidas para esta interface. E os aplicativos modernos são abertos na Interface Moderna, juntamente com as instâncias para ela desenvolvidas dos aplicativos híbridos.

Até aí, tudo bem. Pois acontece que o problema, a causa essencial das reclamações dos usuários, a raiz das dores de cabeça da Microsoft, pouco ou nada tem a ver com os aplicativos ou com as interfaces, mas sim com a maneira pela qual elas se inter-relacionam e sua hierarquia, que é mostrada no diagrama do lado direito da Figura 1.

Repare que no topo da hierarquia está Windows propriamente dito, com seu cerne, funções de gerenciamento do sistema, gerenciadores de dispositivo, o diabo. Enfim: tudo aquilo que integra um bom sistema operacional, exceto a interface. Esta – mais especificamente uma delas, a Moderna, se situa hierarquicamente logo abaixo e controla a comunicação entre o usuário e as rotinas do sistema operacional e vice-versa. E, mais abaixo, estão tanto os aplicativos modernos quanto, no mesmo nível hierárquico, a interface Área de Trabalho. Onde, como se vê no diagrama, rodam simultaneamente todos os aplicativos clássicos que estiverem abertos.

Provavelmente você já deve ter percebido, ao menos pelo destaque do parágrafo anterior, que o ponto chave é o fato da interface Área de Trabalho se situar no mesmo nível hierárquico dos aplicativos modernos, tudo isto controlado pela interface Moderna um nível acima. O resultado é que a Área de Trabalho se apresenta como se fosse um aplicativo moderno no interior do qual rodam todos os aplicativos clássicos que estiverem carregados naquele momento. E para constatar que a Área de Trabalho se apresenta ao sistema operacional como se fosse um aplicativo moderno basta examinar a tela Iniciar, onde ela aparece como um dos blocos da interface Moderna, juntamente com os blocos dos aplicativos modernos (como se vê – assinalada pela seta – na imagem que encima esta coluna).

Se você usa Windows em um sistema com teclado e mause, enquanto estiver rodando aplicativos clássicos em uma Área de Trabalho em tela cheia, nada disto importa. Mas vamos supor que você está editando um conjunto de documentos de texto usando o Word, mantém o Explorador de Arquivos (o novo nome do Windows Explorer) aberto para selecionar o arquivo em que vai trabalhar em seguida e, de quando em vez, precisa consultar a Internet e por isto mantém aberto o navegador Chrome. Seus três aplicativos, cada um sua janela, estão cuidadosamente arrumados na tela de modo a permitir que você salte de um para outro facilmente quando necessário, tudo correndo na mais santa paz. E então você resolve continuar seu trabalho ouvindo música, que ninguém é de ferro. Para este fim, decide usar o aplicativo (moderno) “Música”, que roda na interface Moderna. Carregue-o e, para seu desconsolo, veja-o ocupar a tela inteira, sobrepondo-se aos seus aplicativos clássicos abertos na Área de Trabalho e à própria Área de Trabalho.

Bem, retrucarão os usuários mais experientes de Windows 8.1, numa situação como esta sempre se pode arrastar o aplicativo moderno para o lado, fazendo-o ocupar apenas uma faixa vertical da tela, deixando o trecho restante para a Área de Trabalho e seus aplicativos clássicos. O que é verdade. Porém, dependendo da resolução e do formato de seu monitor, a fatia destinada a um único aplicativo moderno pode ocupar a metade da tela. E, mesmo que ocupe menos, obrigatoriamente se estenderá verticalmente da borda superior à inferior desta tela. O resultado será semelhante ao mostrado na Figura 2, onde os três aplicativos clássicos se espremem em uma Área de Trabalho reduzida, que ocupa apenas o trecho da direita da tela, enquanto à esquerda o único aplicativo moderno, “Música”, ocupa uma significativa fração da área útil da tela em toda sua extensão vertical.

Figura 02

Figura 2: Divisão da tela entre a Área de Trabalho e um aplicativo moderno.

A figura 2 deixa claro que a Área de Trabalho com todos os seus aplicativos abertos é tratada como se fosse um aplicativo moderno no que toca à interação com o usuário. Uma situação altamente indesejável tanto para os usuários de sistemas com teclado e mause, que são obrigados a executar inusitados comandos com o mause para fechar ou mover os aplicativos modernos, quanto para os usuários de dispositivos com tela sensível ao toque, em geral de pequenas dimensões, que comem o pão que o diabo amassou para interagir com os pequeninos ícones e entradas de menu ainda menores dos aplicativos clássicos.

Mas a coisa fica ainda pior ao rodar os aplicativos híbridos. Se você abrir, por exemplo, uma janela do Skype na Área de Trabalho e em seguida abrir a interface Moderna de forma a que ela ocupe metade da tela e, nesta metade, carregar novamente o Skype, você ficará com uma tela semelhante à mostrada na Figura 3.

Figura 03

Figura 3: Duas instâncias do Skype abertas simultaneamente

Repare que do lado direito da tela, na metade ocupada pela interface Moderna, há uma instância (moderna) do Skype ocupando toda a área disponível. Já a metade esquerda é ocupada pela Área de Trabalho com dois aplicativos abertos em suas janelas. A que ocupa o primeiro plano abriga uma instância (convencional) do mesmo Skype. Ocorre que, como cada instância roda em seu ambiente, elas são totalmente independentes e não se comunicam. Uma curiosa consequência disso é que, se um amigo tentar se comunicar com você via Skype, ambas as instâncias acusarão a chamada.

Finalmente: aqueles dentre vocês que usam Windows 8.x já repararam que a interface Moderna não oferece meio algum para se gerenciar arquivos? Sim, claro, há um bloco na Tela Iniciar que invoca o Explorador de Arquivos. Mas clique nele (ou acione-o com o dedo, nas telas sensíveis ao toque) e repare onde ele abre. Surpreendentemente, na Área de Trabalho. Ou seja, não existe um único aplicativo moderno capaz de gerenciar arquivos. Mesmo que você use apenas a interface Moderna em telas sensíveis ao toque, para gerenciar seus arquivos terá que recorrer ao Explorador de Arquivos, o que lhe obrigará a alternar para a interface Área de Trabalho.

Resumindo: em Windows 8.1 a interface Moderna é o ambiente dominante. A Área de Trabalho tem que se acomodar dentro dele, rodando como se fosse um aplicativo moderno. É como se a Área de Trabalho fosse uma máquina virtual rodando dentro da interface Moderna. Este panorama não interessa nem aos usuários de sistemas com teclado e mause, que quando desejam rodar um aplicativo moderno são obrigados a aturar que ele sozinho “coma” uma fatia substancial de sua tela, nem aos usuários de sistemas com telas sensíveis ao toque, que quando querem rodar um aplicativo convencional são obrigados a mudar de interface. E, pelo menos por enquanto, haverão de querer, pois não espero que, por exemplo, seja desenvolvida em curto prazo uma versão moderna da Suite Adobe, com seus formidáveis aplicativos gráficos.

Pois bem, na próxima coluna veremos a engenhosa solução proposta por Jay Machalany para contornar este problema.

Até lá.

B. Piropo





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