Celular mais barato da Apple: iPhone XR tem preço sugerido de R$ 5.199, o menor entre lançamentos de 2018. Usuários contam com câmera fenomenal, design futurístico e desempenho veloz (exceto quando trava).
O iPhone XR desembarcou no Brasil em novembro com preço de lançamento de R$ 5.199 (64 GB). Por este valor, o consumidor leva para casa um smartphone da grife Apple com tela grande, armazenamento que chega a 256 GB, câmera de 12 megapixels e a praticidade do desbloqueio sem precisar encostar em nada. Nas linhas a seguir, descubra se vale a pena comprar o iPhone XR, modelo mais barato da safra mais recente da maçã – afinal, há também o iPhone XS e o Max, este último por valor que bate na trave dos R$ 10.000.
De modo geral, podemos dizer que sim, este é um bom telefone, com potencial de agradar a muitos consumidores. Como todos os demais, traz alguns contras e muitos prós – os fashionistas, por exemplo, devem aplaudir as seis opções de cor, com os inéditos coral (que você vê neste review), amarelo e azul.
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A primeira coisa que chama a atenção no iPhone XR tem a ver não com o design, que bebe da fonte do iPhone X (lançamento de 2017), mas sim com o tamanhão da tela: são 6,1 polegadas e resolução1792 x 828 pixels. Pode reparar que a quantidade de pixels – os pontinhos luminosos que formam as imagens – é inferior ao Full HD (1920 x 1080 pixels).
Logo de cara, os outrora donos de Androids premium vão perceber uma importante queda na definição do display. Seja para ler conteúdo ou ver filmes, fica evidente que o XR é uma opção inferior a outros produtos no mercado.
A título de comparação, o Galaxy S9 Plus tem 6,2 polegadas e resolução de 2960 x 1440 pixels. Faz diferença? Sim, pois estamos falando de produtos que só saem da loja quando o cliente desembolsa muitos salários mínimos. O próprio iPhone 8 Plus, de 2017, já era Full HD. A Apple deu um passo atrás no quesito.
O painel LCD usado pela companhia faz bonito durante a exibição de imagens estáticas e em movimento. A tecnologia fica devendo para o OLED visto nos modelos mais premium. Na prática, o iPhone XR exibe cores vibrantes e traz bom ângulo de visão – ou seja, aquilo que está na tela passa por poucas mudanças quando você não o está fitando diretamente
Também é bem-vindo o posicionamento de alto-falantes nas duas extremidades do smartphone. A qualidade de áudio vai às alturas, com músicas que enchem o ambiente e o efeito estéreo que agrada ao assistir filmes de aventura, por exemplo. Realmente dá para perceber que um carro cruzou a cena.
Ah, o notch… causador de tanta polêmica nesta indústria vital. Podemos dizer que a tal polêmica passou e que virou rotina utilizar smartphone com o recorte na parte superior. Ainda não é a melhor solução para o que a Apple defende ser um telefone “design todo tela” (olha só aquela franja preta ali em cima!), mas é o que temos para hoje. Acostume-se.
O notch existe com a justificativa de abrigar a câmera de selfies e os sensores que possibilitam o funcionamento do Face ID. O sistema de biometria que leva em consideração as características do rosto do usuário está mais veloz do que nunca, com um claro progresso em relação à primeira geração, vista no iPhone X.
A experiência de uso consiste em pegar o iPhone XR de uma mesa e trazê-lo para perto de si. A tela acende automaticamente e cerca de 30 mil pontos são projetados no seu rosto (tudo isso é invisível ao olho humano). Costuma levar menos de um segundo para que o dispositivo confirme a sua identidade e libere o acesso a todos os recursos do smartphone.
A tecnologia também marca presença quando o iOS 12 preenche senhas automaticamente, quando a App Store confirma o download de um novo software ou quando o Apple Pay paga uma compra sem que você tire a carteira do bolso.
Nós nos encaminhamos para um mundo em que senhas perderão vez para sistemas biométricos. A Apple pode celebrar o pioneirismo neste campo.
Eu estive no anúncio global dos novos iPhones, em Cupertino. Os executivos da Apple fizeram questão de ressaltar o processador A12 Bionic, presente na safra mais atual da maçã. O chip utiliza arquitetura de 7 nanômetros, mais eficiente do ponto de vista energético. A miniaturização dos transístores também possibilita elevar o poder de fogo do processador: no caso do iPhone XR, o salto é de 600 bilhões de operações por segundo para 5 trilhões. Nada mal!
O iPhone XR realmente é um smartphone muito rápido para abrir aplicativos, intercalar entre os softwares mais recentes ou decidir qual objeto merece o foco da câmera. Infelizmente, porém, há gargalos: o telefone travou inúmeras vezes durante o prolongado período de testes para esta análise.
Imagine usar o telefone na rua para fazer anotações e perceber que, sem motivo aparente, a tela ficou travada, sem possibilidade de desligá-lo nem de retomar o controle. Foi isso que aconteceu comigo não uma, mas inúmeras vezes. Eu fiquei receoso de que a pane ocorresse durante uma tarefa crítica – por exemplo, ao entrar no ar no rádio, ao vivo, para milhares de pessoas. Não deveria ser assim, tendo em vista o preço e os atributos do iPhone XR.
Não há como saber quanto disso é culpa do hardware do iPhone XR e o quanto se deve ao sistema iOS 12. No entanto, as mesmas questões não emergiram ao longo das experimentações com o iPhone XS Max.
Jogos têm visual incrível no smartphone da Apple. Não ficam devendo em nada para consoles portáteis, com exceção da já mencionada resolução da tela.
Talvez outra forma de ilustrar o poder de processamento do iPhone XR seja com a edição de fotos: seja no Snapseed, no Afterlight, no VSCO ou no Retouch, os filtros, efeitos e ajustes sempre ocorreram com velocidade quase que instantânea.
Não tenho dúvidas de que o poderoso processador A12 Bionic permitirá aos compradores deste telefone permanecer com ele por anos, ainda que, com o passar do tempo, o desempenho sofra desacelerações.
A câmera dupla virou febre primeiro entre os telefones premium. Depois chegou aos modelos intermediários, apesar de a qualidade ser discutível. Talvez seja curioso, portanto, considerar que o produto da análise de hoje tem preço nas alturas, mas não conta com a tecnologia. O consumidor vai ficar na mão? Depende muito.
Inicialmente, é preciso destacar que a câmera do iPhone XR registra momentos do cotidiano como nenhum outro. A empresa está cabeça a cabeça com a Samsung no desenvolvimento dos melhores sensores de imagem e demais componentes do conjunto fotográfico. As fotos tiradas com o XR têm cores vibrantes e detalhes extremos – seja da grama, das folhas, das ondas do mar, dos poros das pessoas.
Costumo dizer que o iPhone é sempre uma opção segura para quem quer boa câmera a tiracolo. As imagens trazem resolução de 12 megapixels, distantes do que algumas marcas chinesas prometem atualmente, é verdade. Podemos afirmar, porém, que são 12 megapixels com elevada qualidade.
Agora entra a dúvida sobre a câmera dupla. Tal qual faz o Google, a Apple também decidiu adotar tecnologias de software para realizar o popular modo retrato, em que os protagonistas da cena ficam em destaque e o fundo permanece desfocado. As pessoas adoram posts assim nas redes sociais.
O iPhone XR faz um bom trabalho, mas nada se compara a ter duas câmeras propriamente ditas trabalhando em conjunto para criar o tal efeito bokeh. As fotografias feitas com o aparelho ficam um tanto artificiais. A sorte é que apenas olhares apurados (ou algum seguidor bastante cricri) devem estar preocupados com isso. Os meros mortais (eu e você) costumam babar ao ver fotografias assim.
De quebra, o telefone estreia o controle sobre a intensidade do fundo desfocado. Faz anos que a Samsung oferece o recurso e faz anos que eu cobro a mesma tecnologia vinda da Apple. Ela chegou, enfim! Recomendo evitar de colocar o ajuste lá no alto, exceto se as condições de cenário forem ideais e o usuário souber como fotografar.
Os efeitos de iluminação existem desde o iPhone X e continuam presentes nos modelos mais atuais. O usuário pode adicionar luzes de estúdio para aumentar a dramaticidade ou uniformizar o tom da pele caso esteja demasiado irregular. O resultado final depende das circunstâncias e pode ficar muito perto do que uma câmera profissional faria ou muito perto de um desastre de Photoshop. Minha única dica é passar longe dos filtros que retiram a paisagem de fundo para colocar, no lugar, a cor preta – costuma falhar em 99% das vezes.
A câmera frontal de 7 megapixels é igualmente competente, produzindo fotos de grande qualidade, com todos os detalhes da superfície e uma particular facilidade em detectar a iluminação do ambiente. Não podemos dizer o mesmo dos efeitos de iluminação, os mesmos presentes na câmera principal. Fotos em condições de baixa luz também podem sofrer mais, visto que a lente tem abertura f/2.2.
Convém lembrar que a câmera frontal funciona em conjunto com o sensor do Face ID para gerar os Animojis e os Memojis. Os bichinhos e as pessoinhas digitais acompanham nossas feições e caretas com fidelidade, tornando-se um demonstrativo de como o olho virtual do celular está mais esperto. Ao mesmo tempo, são recursos que servem mais para mostrar aos amigos do que para utilizar no cotidiano: foram raras as vezes em que eu enviei um Memoji.
Talvez fosse o caso de a Apple aumentar a aposta nesta forma de comunicação, com direito a integração maior com os demais aplicativos de mensagens – WhatsApp, Messenger, Telegram e Skype, para citar alguns. Por ora, o recurso se reserva praticamente a quem é adepto do iMessage.
A Apple matou o botão Home. Não há mais nenhum ícone que automaticamente leve o usuário de volta para a tela inicial. Embora a mudança tenha se iniciado em 2017, foi somente no ano seguinte que a empresa se livrou de vez de uma das marcas registradas de quando Steve Jobs encantou o mundo com o iPhone original.
Digo isto porque proprietários de gerações passadas podem levar algum tempo para se acostumar aos novos comandos. No entanto, passa a ser algo natural depois que dominamos o gesto de deslizar o dedo de baixo para cima (em qualquer tela) para voltar para a listagem de aplicativos. Há toda uma ciência por trás disso: os engenheiros da gigante tecnológica criaram um sistema de movimentos e animações que parecem seguir uma lei da física particular.
Chega a ser engraçado. Nesta vida de analista de celulares, já me peguei tentando repetir o mesmo gesto em produtos que não ostentam a maçã na parte de trás. Mico total que comprova: nos acostumamos com a tecnologia.
Testar bateria de smartphone é sempre uma tarefa muito difícil porque cada pessoa utiliza o aparelho de uma maneira distinta. Mesmo assim, é interessante notar que, no caso do iPhone XR, não houve o medo de sair de casa e ficar em dúvida se o telefone estaria com carga após as tarefas do dia. Também não bateu a paranoia de levar o carregador na mochila caso algo desse errado.
O smartphone ficou quase 16 horas ligado ininterruptamente, com direito a música por streaming durante uma hora; exibição de vídeo online também por uma hora; redes sociais; alguns aplicativos de produtividade (em especial o Evernote); e também as habituais trocas de mensagens no WhatsApp, Twitter e similares.
Não chega a ser um iPhone XS Max, cujo nome denuncia a maior capacidade de energia. O iPhone XR figura como um smartphone premium com autonomia que deve agradar profissionais liberais, estudantes e todas aquelas pessoas que não ficam vidradas permanentemente na telinha do aparelho. Sabia que o display é o componente que mais gasta bateria?
Mencionei anteriormente a escolha do painel LCD no lugar do OLED, o que barateou o produto. Os engenheiros da Apple também ejetaram o 3D Touch, recurso que sente a pressão aplicada pelos dedos sobre a tela. A tecnologia que vem desde o iPhone 6S costumava abrir uma prévia de alguma página da internet quando o usuário recebia o link num mensageiro. Também trazia atalhos para algumas das funcionalidades mais visadas de um aplicativo, caso a pessoa quisesse acessá-las sem passar pela interface completa do software.
Pois bem: o 3D Touch não faz falta no iPhone de preço mais baixo da geração 2018. É bem verdade que eu me peguei apertando o display com força em alguns momentos, tendo em vista o histórico de produtos da marca, mas foi rápido o processo de esquecê-lo por completo.
Conversas com clientes da Apple não costumavam passar pelo 3D Touch. Desconfio que a tecnologia pode descansar em paz para a maioria dos consumidores – ainda que marque presença nos iPhones mais caros do momento.
Vale sim. O iPhone XR é um bom celular com tecnologias que vimos em modelos premium da Apple no passado. Ele personifica a visão da empresa para o telefone do futuro, com display que ocupa quase que totalmente a superfície frontal. Os cantos são arredondados e o notch dispensa as bordas superior e inferior características do Galaxy S9 Plus, do LG G7 e de outros produtos da safra mais atual.
Virou lugar comum elogiar a câmera dos iPhones e não é diferente neste modelo. Há limitações de software, porém: modo retrato e efeitos de luz ainda perdem para a câmera dupla do iPhone XS e para o aparato de fotógrafos profissionais. São opções interessantes de se ter no dia a dia. Só não pense que tudo funciona automaticamente: é sempre bom conhecer a fundo o seu novo brinquedinho para tirar máximo proveito e alcançar os melhores resultados.
O processador A12 Bionic pavimenta uma estrada onde devem trafegar, no futuro, aplicações riquíssimas, com detecção dos movimentos do rosto, reconhecimento do ambiente, inteligência virtual e outros termos que dariam um bingo do mundo digital.
A maior birra tem a ver com as graves panes ao longo dos testes. Arriscaria dizer que o telefone travou pelo menos uma vez a cada 15 dias. Alguns usuários vão achar que é pouco. Eu considero inaceitável em um smartphone deste calibre. Apple, por favor, dê um jeito nisso o quanto antes.
Tamanho da tela: 6,1 polegadas
Resolução da tela: 1792 x 828 pixels
Painel da tela: LCD
Câmera principal: 12 megapixels
Câmera frontal (selfie): 7 megapixels
Sistema: iOS 12
Processador: Apple A12 Bionic
Armazenamento (memória interna): 64 GB, 128 GB e 256 GB
Cartão de memória: não
Dual SIM: sim
Peso: 194 gramas
Cores: branco, preto, azul, coral, amarelo e vermelho